A Ilha do Governador já foi um bairro do Rio de Janeiro exaltado pela
qualidade de vida. Sobre ele escreveram, com nostalgia, Vinicius de
Moraes, que lá passou a infância nos anos 1920, e Rachel de Queiroz, que
morou ali duas décadas depois. Uma ilhota bem ao lado sedia a
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Outra, conhecida como Galeão, é a
porta de entrada dos milhões de estrangeiros que chegam à cidade pelo
Aeroporto Internacional Tom Jobim. Pois nessa área, onde residem 211 000
pessoas e circulam acadêmicos, estudantes e turistas, ainda hoje um
reduto da classe média, quem manda e desmanda é um barão das drogas:
Fernando Gomes de Freitas, 35 anos, um dos traficantes mais poderosos e
sanguinários do Rio e o que há mais tempo escapa por entre os dedos da
polícia - no dia 1º de dezembro faz uma década que ele se estabeleceu no
comando. Temido, temperamental, sempre cercado de seguranças,
Fernandinho Guarabu, seu nome de guerra, controla o transporte, o gás, a
TV a cabo, os bailes funk, a religião e, claro, a vida e a morte nos
seus domínios.
O conjunto de favelas colado ao segundo aeroporto mais importante do
país é uma fortaleza patrulhada dia e noite por um exército armado com
mais de 200 fuzis, granadas, coletes e até armamento antiaéreo plantado
nos becos. Drogas são vendidas abertamente nas ruelas. O QG de
Fernandinho fica no Complexo do Dendê, por onde ele perambula com seus
carrões, joias e roupas de grife, dormindo cada noite em um lugar (tem
sete filhos com sete mulheres) e brandindo sua arma favorita, o fuzil
AK-47 - "igual ao do Bin Laden", como gosta de enfatizar. Nessa década
de impunidade, colecionou catorze mandados de prisão por oito
homicídios, além de tráfico de drogas, armas e extorsão. Jamais foi
detido. Ele garante a liberdade na ponta da calculadora, num exemplo
contundente de como a corrupção policial pode ser decisiva para a
manutenção de um reinado de horror: o chefão do Dendê paga cerca de 300
000 reais por mês em propinas.
VEJA ouviu mais de uma dezena de policiais com passagem pela Ilha do
Governador e deles obteve ampla confirmação do propinoduto. "Lá no
batalhão a gente brinca que o Dendê é o Citibank", diz um sargento com
quase uma década de experiência na área. "Os preços variam de 450 a 550
reais por dia de serviço no meio de semana, e até 1 000 no fim de
semana, que é pra deixar o baile em paz", conta um soldado. Uma das mais
espantosas investigações ainda em curso sobre a quadrilha indica a
participação no esquema até mesmo de uma equipe do Bope, a tropa de
elite carioca. Sai caro: 12 500 reais por plantão. Outra parte do
pagamento vem em forma de mimos e favores. Certa vez, ao descobrir que
um PM não estava conseguindo bancar a festa de 15 anos da filha, o
chefão pagou a conta. Em outra ocasião, mandou entregar picanha e
linguiça para um churrasco no batalhão, e assim manteve os policiais
longe das ruas em um dia de ação mais ostensiva do tráfico.
Leia mais: http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/e-tudo-isso-bem-ao-lado-do-galeao
DENDÊ .... O CITYBANK.... COM SUA AK 47.... É A MAIOR PROVA DE QUE O ESTADO CORRUPTO TEM QUE SER ENFRENTADO.... QUE SUAS REDES TEM QUE PAGAR PARA PODER MANDAR CARNETS NA COMUNIDADE... QUE SE VACILA ... O BICHO PEGA.... A BALA COME...... QUE POLICIA TAMBÉM É GENTE.... QUE CHEFE É CHEFE.....
ResponderExcluirDENDÊ.... O CITYBANK.... COM SUA AK 47..... UM ESTADO DENTRO DO OUTRO... ONDE MANDA A COMUNIDADE E VAGABUNDO CORRUPTO DO GOVERNO .... OBEDECE.....
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